(M. de Queiroz)
Jubs.
Sobre meus delírios, minhas incertezas e meus (des) amores. Sobre tudo, sobre nada, sobre o que vier a minha mente, ou não...
Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.
Ouvindo-te dizer: Eu te amo,
creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
e no seguinte,
como sabê-lo?
Quero que me repitas até a exaustão
que me amas que me amas que me amas.
Do contrário evapora-se a amação
pois ao não dizer: Eu te amo,
desmentes
apagas
teu amor por mim.
Exijo de ti o perene comunicado.
Não exijo senão isto,
isto sempre, isto cada vez mais.
Quero ser amado por e em tua palavra
nem sei de outra maneira a não ser esta
de reconhecer o dom amoroso,
a perfeita maneira de saber-se amado:
amor na raiz da palavra
e na sua emissão,
amor
saltando da língua nacional,
amor
feito som
vibração espacial.
No momento em que não me dizes:
Eu te amo,
inexoravelmente sei
que deixaste de amar-me,
que nunca me amastes antes.
Se não me disseres urgente repetido
Eu te amoamoamoamoamo,
verdade fulminante que acabas de desentranhar,
eu me precipito no caos,
essa coleção de objetos de não-amor.
Carlos Drummond de Andrade
Correu para a praia, enfincou os pés na areia e sentiu os grãos passando por entre os dedos dos pés, dando aquela sensação relaxante e gostosa. Ao fechar os olhos lembrou-se da infância, das brincadeiras à beira-mar e dos sorrisos sinceros.
Lembrou-se também dos amores antigos, dos beijos e abraços, das risadas…
Observou o balanço das ondas, aquele vai-e-vem contínuo e hipnotizante.
Sentiu-se só e chorou.
Lágrimas de não sei o quê…
Depois levantou-se e foi embora.
O que ficou foram apenas suas pegadas na areia, que rapidamente a onda iria carregar…
Por Nayara Leandro*
Kiss, Kiss
Jubs.
*Uma grande amiga, que escreve lindamente! E que esse texto calha muito com meu dia de hoje...